Claro que se tem medo que alguém nos entre pelos olhos. Mas podes arder. Para a tua temperatura sou mercúrio, linhas de mão, lábio e sopro. Atravesso-te porque me atravessas e onde somos corsários rendemo-nos ao encanto da devolução.

Tu e eu à porta de um lugar que vai fechar tudo numa árvore. Aqui onde os minutos são a rua em que nos sentamos toda a tarde à espera do silêncio, onde o teu corpo pesa a medida exacta do meu desejo.

Sou um animal. Necesssito diariamente da transfusão de uma enorme quantidade de calor. Tocas-me?

Vasco Gato, in A Prisão e Paixão de Egon Schiele, & Etc, 2005

Sem comentários:

Enviar um comentário