O que leva alguém a ser pequeno quando pode ser grande? Não será uma modéstia que não é apropriada ao cargo, não será humildade porque esta, quando verdadeira, não se avizinha do poder. Será outra coisa: uma combinação das limitações para a missão a que se foi destinado com uma atracção pela pequenez. Disto resulta, passado um ano em que não se quis ter um Ministério da Cultura e se acabou por ter um secretário de Estado da dita, sem poder para decidir, sem assento no Conselho de Ministros, sem voz, sem representar ninguém e, ademais, apoucando-se por falta de perfil e de projecto e de programa.


António Pinto Ribeiro, "Um Ano Depois", aqui
Ipsilon/Público, 20 Junho 2012

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