SILÊNCIO
Conheço uma cidade
que cada dia se enche de sol
e tudo desaparece num momento
Cheguei lá quase à noite
No coração durava o ruído
das cigarras
Do navio
envernizado de branco
eu vi
a minha cidade perder-se
deixando
um pouco
um abraço de lumes no ar indeciso
suspensos
Giuseppe Ungaretti, in Sentimento do Tempo, Cadernos de Poesia, Publicações D. Quixote, 1971 (tradução de Orlando de Carvalho)
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