PORMENOR
Um grupo de marinheiros sugere um convento cheio de terra, por detrás do mar, como um fantasma devolvido à terra.
Morre no mar a estrada de santiago, morrem as águas nos ventos e nas mãos pedaços de inverno. Um lobo e um barco encontram-se num sonho pela primeira vez.
Soldados cegos invertem o coração e nos campos os velhos contam histórias de prisioneiros enquanto as mulheres despem o nome do noivo e tomam um moço na cama.
Do outro lado do horizonte, geme agitada a cidade onde os homens se ligam por um entendimento de poeira e dons.
Fernando Alves dos Santos, in Surrealismo/Abjeccionismo, Selecção de Mário Cesariny, Edições Salamandra, 1992 (edição fac-similada do original de 1963)
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