Estranho é o Sono que não te Devolve

Estranho é o sono que não te devolve.
Como é estrangeiro o sossego
De quem não espera recado.
Essa sombra como é a alma
De quem já só por dentro se ilumina
E surpreende
E por fora é
Apenas peso de ser tarde. Como é
Amargo não poder guardar-te
Em chão mais próximo do coração. 

Daniel Faria, in Explicação das Árvores e de Outros Animais, Fundação Manuel Leão, 2002

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