1.
Estou sozinho diante da página em branco.
Cedo à inspiração?
Dedico-me ao suor?
Vou investir com a caneta o branco da página em branco.
Minha tentação era subscrever o branco,
assinar o silêncio.
Mas o branco seria o silêncio,
uma vez assinado?
Cedo à inspiração?
Dedico-me ao suor?
Nada vem de bandeja.
Nada vem do suor.
Alexandre O'Neill, Poesias Completas 1951/1983, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1982
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