Escrevo na madrugada as últimas palavras deste
livro: e tenho o coração tranquilo, sei que a alegria
se reconstrói e continua.
Acordam pouco a pouco os construtores terrenos,
gente que desperta no rumor das casas, forças sur-
gindo da terra inesgotável, crianças que passam
ao ar livre gargalhando. Como um rio lento e irrevogá-
vel, a humanidade está na rua.
E a harmonia, que se desprende dos seus olhos
densos ao encontro da luz, parece de repente uma
ave de fogo.
Carlos de Oliveira, in Terra da Harmonia, 1950
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