Vida, e vida presa, e apenas por um fio, é coisa que toda a gente tem. Embora nem toda a gente saiba que tem, ou dê por isso. Nem toda a gente está cá para o efeito. Dar por isso não deixa de ser, não obstante, a melhor das razões para cá se estar. E não há assim tantas.

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Trata quotidianamente do seu fio? Prefere fazer como se ele não estivesse lá, não existisse?

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Um fio que te prende à vida. Que faz o seu trabalho, que faz o seu possível.

E que o faz sempre por enquanto, pois todos os fios são mortais.

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Um fio banal. Um fio de nylon, parecido com aquele que ajuda a tirar o peixe da água, tirando-lhe também a vida.

Rui Caeiro, in Um Fio que te Prende à Vida, Língua Morta, 2011

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