Tatoo

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Na verdade, o manifesto de Joseph Beuys que na década de setenta reclamava a arte para todos os cidadãos, os rituais corporais de Hermann Nitcher que esteticizavam as cicatrizes e o corpo tingido ou as acções-manifestos do grupo vienense onde protagonizava Arnuf Rainer que reclamavam a deslocação de uma arte nova para o corpo do artista têm agora, cinquenta anos depois, a sua materialização nos corpos actuais.

Esta é a body art deste século e os cidadãos que a fazem sem o saberem estão a realizar, na prática, um dos maiores desejos do filósofo Michel Foucault: o da assunção por cada sujeito de uma política do corpo. Hoje já não se proclamará de forma submissa: este é o meu corpo, mas é possível afirmar no acto do tatoo: Este corpo é meu!

António Pinto Ribeiro, Público, 24 de Junho de 2011
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