"Eu fui um homem qualquer. Mais nada", disse Drumond de  Andrade a Zuenir Ventura, em entrevista publicada dia 19 de Novembro de 1980, na revista Veja.

Uma conversa rara entre o poeta e o jornalista. Rara, pelos homens que junta. Rara, por envolver um jornalista. Drummond de Andrade era considerado, como é referido neste encontro, demasiado reservado para os desejos da sempre curiosa imprensa. Muitas vezes perguntam a Zuenir Ventura como conseguiu: plantou-se à porta da casa de Drummond? Aguentou fome, chuva e vento? Foi o mais chato dos chatos? Conhecia alguém da família? Muito mais simples:
Zuenir Ventura estava nos seus afazeres diários quando recebeu um telefonema da editora de Drummond de Andrade, a pedir uma entrevista ao poeta. Situação bizarra. Pensou que era "trote" dos colegas, essa era uma brincadeira comum entre jornalistas. Respondeu com sentido de humor e desligou. Não voltou a pensar no assunto. Mais tarde, a editora insistiu: Drummond quer mesmo dar esta entrevista. Zuenir saiu disparado da redacção, com medo de perder uma oportunidade tão preciosa. O jornalista jura a pés juntos que, até hoje, não conhece a razão da escolha, embora não faltem motivos.

*Um agradecimento muito especial ao Zuenir Ventura, por me ter contado esta história e por facilitar o acesso a este pedaço de História.

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