INÍCIO DA MORTE
Quando te dei
as minhas imagens de criança
agradeceste-me: dizias que era
como se eu quisesse
recomeçar a vida
para ta poder dar inteira.
Agora já ninguém
resgata da sombra
a pequena leve
pessoa que existiu
numa breve
aurora - a Boneca Menina:
agora ninguém se debruça
à beira do meu berço esquecido -
Alma -
e tu entraste
no caminho de morrer.
Antonia Pozzi, in Morte de uma Estação, Averno, 2012 (selecção e tradução de Inês Dias)
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