FELICIDADE
A felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela.
Tinha feições de menino inconsolável.
Um menino impúbere
ainda sem amor para ninguém,
gostando apenas de demorar as mãos
ou de roçar lentamente o cabelo pelas faces humanas.
E, como menino que era,
achava um grande mistério no seu próprio nome.
14/4/41
Jorge de Sena, in Antologia Poética, Asa, 2001
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