O verde das grades era incompreensivelmente idêntico ao das folhas. Altas, as grades. Como as árvores. De uma crueldade involuntária, porque de tamanho ainda excessivo para a sua infância. Foi por essa altura, tão baixa, que ganhou o hábito de olhar para cima. Chamaram-lhe altivez, queda para o ballet clássico, natureza onírica, problema de coluna. Era apenas uma inclinação para o infinito.
Só se lembrou de olhar para baixo muito mais tarde, quando o conheceu. Fixou os olhos no chão e jurou nunca ir lá parar. Passou a evitar as doenças para os tornar possíveis.
A imortalidade é um luxo do amor ou, então, simples estupidez. Um lugar entre o céu e a terra, sem dúvida.
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